JORNAL FALADO
Locutor-Olá
pessoal, boa tarde. Ouvintes da radia Paulo Freire, aqui com vocês é Paulinha Freire. Estamos sintonizados na
radia (Paulo Freire) 105 FM ao vivo.
Locutor- Você minha dona de casa, ouvinte trabalhador, ai no centro, estudante em sala de aula ouvindo a radia pelo celular e atrapalhando as aulas dos
professores, ouça o que vou falar: é linda história de amor.
Locutor-É
uma história de se apaixonar vinda lá do Rio de Janeiro é
fresquinha aconteceu agora nos anos de
1840. Então escute meu caro ouvinte: Uma linda Morena que morava lá pelos bandos dos morros
de Paquetá, com sua avó e sua bá, mas a
morena era dura de se apaixonar.
Moreninha, Moreninha,
Tu és das belas rainha,
Mas nos amores és má;
– Como tu ficas bonita
Com as tranças presas na fita,
Com as flores no samburá!
Tu és das belas rainha,
Mas nos amores és má;
– Como tu ficas bonita
Com as tranças presas na fita,
Com as flores no samburá!
Locutor- Mas
antes de continuar esta história vamos ouvir, ao vivo
lá na barra do mutirão , onde está a nossa
repórter Glória Maria. E ai Glória Maria o que nos trás de interessante por ai?
Não vai me dizer que aconteceu mais uma morte?
Repórter 1- Nada,
nada, nada Paulinha, estou aqui é com o homem, o cara, o autor dessa história que você vai contar. Seu Joaquim Manuel de Macedo,
nascido em 1820, novo esse homem... Que falará
um pouco do sucesso que é sua obra, A
moreninha.
Joaquim- muito obrigado. Estreei na literatura muito cedo e minha primeira publicação foi
este romance, A Moreninha, que me deu fama e fortuna
imediata. Essa obra descreve a vida familiar e os costumes
da sociedade carioca de 1840, mostra as festas, as conversas de comadre, as
intrigas, os ciúmes e os namoros ingênuos entre estudantes e mocinhas que,
quase sempre, acabaram em casamento feliz.
Repórter 1- É um
lindo romance mesmo. Muito obrigada seu Joaquim. Agora é com você Paulinha.
Locutor-Muito bem, muito
bem... Meu caro ouvinte é de se apaixonar
mesmo esta obra. Mas agora antes de continuar vou mandar um alôzinho pra galera do mutirão, Bom Jesus,
Parque das Palmeiras, Paulo
Freire , em especial A Diretora Isaura e a galera do
whasappfreire aquele beijão.
Locutor- vamos
aos nossos patrocinadores, e direto do
feirão dos móveis está nossa locutora queridíssima Lara Bernardes. É com você
Lara.
Repórter 2- Olá
Paulinha Freire, boa tarde a todos ouvintes, estou aqui na seção de cadeiras, do
Feirão dos Móveis e as promoções estão quentíssima, móveis baratinho pra você
comprar para sua casa, mas olha Paulinha Freire, quem eu encontro aqui. Carolina a morena de Joaquim. Moreninha como
sempre linda. Então moreninha anda comprando os móveis da casa?
Moreninha- Obrigada
pelos os elogios. Pois é, vou fazer uma
festa lá em casa e preciso comprar uns
móveis, para nossa casa. Eu e Augusto vamos nos
casar.
Repórter 2- Que legal moreninha, pois é ao ler sua história observei que você é uma
moça muito bonita, porém muito grossa. Porque
você tratava o Augusto tão mal?
Moreninha- Não...
Eu também me apaixonei, mas eu queria que ele provasse que me amava. Pois
ele apostou que se ficasse apaixonado por uma mulher por mais de quinze
dias, escreveria um romance contando a história desta paixão. A partir daí ele me conhece, e se apaixona. O único obstáculo à nossa união
foi uma promessa de fidelidade
feita por ele a uma menina que conhecera
na infância e cujo paradeiro e identidade desconhecia. Porém, esse empecilho é
resolvido e pra surpresa de todos vamos nos casar.
Repórter 2- OK! Muito obrigada pela sua atenção e muito sucesso para seu
casamento, é com você Paulinha Freire.
Locutor- Pois é
meu caro ouvinte, é uma linda história, então vão lá, vá à biblioteca e conheça a obra, leia.
Locutor- A história é mesmo muito bonita... eu li e amei pois Augusto, rapaz que aposta com amigos que não ficaria apaixonado por mais de 15 dias
por mulher alguma, sua pena será a de
escrever um romance para estes amigos. O romance A moreninha é o fruto desta
aposta. Mas vamos lá para o Paraíba, onde está nossa repórter Geiza Nascimento, com as novidades dos nossos
patrocinadores. Vai ai um alôzinho para
a galera do bairro Cafeteira, Ipiranga, Vila Lobão e Brasil Novo e a galera
do whasappfreire. É com você Geiza Nascimento.
Repórter 3- olá Paulinha
Freire, e ouvintes da rádia Paulo Freire.. o Paraíba é a loja do povo, muitos móveis e muitos
utensílios, baratinho, venha e compre. Mas olha quem eu encontro aqui Paulinha
Freire, é ele o Augusto do filme a MORENINHA,
o homem durão, que nunca tinha se apaixonado por nenhuma moça. Augusto é
estudante e colega de Felipe, cuja irmã é Carolina. Augusto quando criança
jurou amar eternamente uma menina cujo nome ignora e fica inconstante em seus
amores, até que conhece Carolina, pela qual se apaixona e persegue. Augusto você se acha um garanhão, porque
teve dificuldades de conquistar Carolina?
Augusto- Porque ela já sabia de minha fama
de garanhão e tinha medo de ser mais uma entre tantas.
Repórter 3- Como
você se sentiu depois de vê-lo Carolina, sua amada de infância, depois de tanto
tempo?
Augusto- eu não
sabia que era ela, mas quando foi revelado, ser ela minha amada, fiquei muito feliz, ficamos
noivos, e casamos.
Repórter 3- Muito
obrigado seu Augusto, agora é com você Paulinha Freire.
Locutor- Muito obrigada Geiza
Nascimento. Esta história é um
exemplo do clássico do Romantismo, tendo sido o primeiro exemplo brasileiro de Joaquim Manuel de Macedo . A obra de Macedo apresenta todo o esquema e
desenvolvimento dos romances românticos iniciais: descrição dos costumes da
sociedade carioca, suas festas e tradições, estilo fluente e leve, linguagem
simples, que beira o desleixo, tramas fáceis, pequenas intrigas de amor e
mistério, final feliz, com a vitória do amor. Com esta receita, Macedo consegue
ser o autor mais lido do Brasil em seu tempo. Macedo foi, por excelência, o
escritor da classe média carioca, em oposição à aristocracia rural. Sua pena
tinha o gosto burguês; seus romances eram povoados de jovens estudantes
idealizados, moçoilas casadoiras, ingênuas e puras e demais tipos que
perambulavam pela agitada cidade do Rio de Janeiro.
Vou ficando por aqui,
e pra fechar nosso assunto de
hoje:
Morena, minha Morena,
És bela, mas não tens pena
De quem morre de paixão!
– Tu vendes flores singelas
E guardas as flores belas,
As rosas do coração?!...
És bela, mas não tens pena
De quem morre de paixão!
– Tu vendes flores singelas
E guardas as flores belas,
As rosas do coração?!...
Meu tchauzinho a
todos os ouvintes e um abração.